História da Iridologia

29 de junho de 2023

Desde os primórdios da humanidade que os olhos são objetos de fascínio pelo Homem. Há achados arqueológicos que comprovam que os Caldeus, Babilônios, deixaram inscrições em pedras sobre a íris e a sua relação com o restante do corpo. No antigo Egito foram encontradas cerâmicas onde foram pintados olhos inclusive com sinais iridológicos. Na Grécia Antiga, Hipócrates, pai da Medicina, também se interessou pelo estudo da íris com a finalidade de diagnose. Como existem referências em registros da Escala de Salerno.

Em 1670 d.C., Phillippus Meyens, Dresden, na sua obra Chiromatic Médica, faz menção de sinais na íris e quais são principais, bem como dá um entendimento básico para o primeiro mapa da íris publicado. Já em 1695, em Nuremberg, Joahann Eltholtz, escreveu trabalhos científicos sobre sinais na íris. Cristian Haertels, passados 91 anos, em Goettinger, elaborou um trabalho fundamental nos estudos de Meyens e Eltholtz, chamado De óculo et signo (o olho e seus sinais), que causou muita polêmica na época. Porém, coube a Ignatz Von Peczely, Hungria, o mérito de codificar a iridologia. Ainda aos 10 anos, fraturou acidentalmente uma das patas de uma coruja e verificou, o aparecimento de uma marca na íris da referida ave, no ponto correspondente ao número 6 do relógio, imaginando que a íris é redonda, podendo ser subdividida como se fosse um relógio, que marcou a íris da ave que é um dos símbolos de sabedoria. Peczely, tratou da fratura da coruja e notou que o sinal mudava de característica á medida que a fratura se consolidava, marcando indelevelmente a sua íris.

Ignaz von Peczely (1826 – 1911) foi um cientista, médico e homeopata húngaro, considerado o pai da iridologia moderna. Von Peczely pensou pela primeira vez em iridologia ao cuidar de uma coruja com uma perna quebrada. Depois de notar uma mancha no olho da coruja, ele levantou a hipótese de uma ligação entre os dois e depois testou essa teoria com outros animais e pessoas. Embora a iridologia tenha sido amplamente descartada como pseudociência, sua pesquisa levou ao primeiro desenho preciso conhecido de uma íris. – Wikipedia

Interessante ressaltar que as grandes descobertas quase sempre são feitas ao acaso, se é que existe acaso. A sabedoria judaica diz que inexiste o acaso. Jung diz que inexiste acasos e sim sincronicidade. Assim ocorreu com a descoberta da Lei da Gravidade por Isaac Newton, quando caiu a famosa maçã, que deu origem à esta descoberta. O mesmo ocorreu com a descoberta da fórmula do Núcleo Benzênico por Kekulé. Ora, tanto uma como a outra sempre existiram, faltava uma Pedra Fundamental, um Land Mark, para que a humanidade tivesse acesso à estes dados. Assim aconteceu com a Iridologia e a Irisdiagnose, quando o Inconsciente Coletivo se utilizou de pessoas e situações, como Peczely e a coruja. O que vem provar cada vez mais que o conhecimento, em momento algum, pertence a quem quer que seja, pertence sim aos infindáveis universos em movimento, o que as pessoas tem sim é o mérito de em algum momento, de algum modo, talvez por harmonização, poderem acessar estes conhecimentos, se tornando assim, são as pioneiras nas referidas descobertas.

Com Peczely foi igualmente semelhante. Posteriormente, como médico, observou haver uma relação entre os órgãos do corpo humano e a íris e elaborou um mapa da íris com as representações topográficas destes mesmos órgãos. Em 1881, publicou Discoveries in the field of natural science and Medicine: Instruction in the Study of Diagnoses from the Eye. Em 1886, Peczely publicou um mapa in Die Homeopatische Monats blatter.

A respeito de Peczely, o Dr. Jensen refere que aos 10 anos de idade já possuía noções exatas de Anatomia, a tal ponto de desenhar perfeitamente o corpo humano, tendo sido convidado para ir à Roma para estudar com Michelangelo. Aos 20 anos foi preso por exercer atividades revolucionárias, fato este que lhe permitiu se dedicar com afinco à IrisDiagnose. Enfim, era um homem incomum, daqueles que Deus incumbiu de realizar algo de bom para a humanidade.

Como prova de que o conhecimento jamais pertence a uma pessoa, na mesma época, sem mesmo conhecer Peczely, um pastor homeopata de nome Nils Liljquist, Suécia, publicou um trabalho independente sobre o assunto designado On Degendiagnoses, que em inglês recebeu o título de Diagnose from the eye, que que incluía um mapa com desenhos coloridos e em preto e branco. Liljquist referia que a íris era formada por inúmeras fibras nervosas hoje comprovadas, que recebem as informações de todo o sistema nervoso, proveniente do restante do organismo, o que fazia do olho o Espelho da Alma, e também a Janela do Corpo, por onde pode se “ver” a constituição do indivíduo.

  • Em 1916, o Dr. Anderschou, Noruega, publicou em Londres Iris science.
  • O Pastor Felke, Alemanha (1856-1926), passou os seus ensinamentos de forma oral e coube aos seus discípulos, como Muller, escrever The Eye Diagnoses based upon the principles of Pastor Felke.
  • Em 1904, o Dr. Henry Lahn, (Lane), USA, escreveu Iridology the Diagnoses from the eye.
  • Em 1905, Dr. Peter Thiel, Alemanha, escreveu o The Diagnoses of Disiose, by observation of the Eye.
  • Dr. John Raymond Christopher (1909-1983), fundou a School of Natural Healing, Utah, USA, professor de Iridologia, Herbalismo e Naturopatia e Técnicas Naturais de Cura.
  • Dr. Rudolph Schnabel, Alemanha, escreveu três livros sobre Iridologia.
  • Em 1918, o Dr. Collins traduziu para o inglês o livro do Dr. Thiel.
  • Em 1919, o Dr. J. Kritzer, USA, publicou Iris Diagnoses.
  • Em 1922, o Dr. Henry Lindlahr, USA, publicou o vol. IV, Natural Therapeutics, “Iris Diagnoses”, also “Irisdiagnoses”.
  • Também em 1922, Dr. John Arnold, funda, na Austrália, o World Iridology Fellowship.
  • Em 1952, o Dr. Bernard Jensen, USA, escreve o livro Science and Practice of iridology, vol. I.
  • Dr. León de Vannier, famoso e importante homeopata, publica Le Diagnostic Des Maladies Par Les Yeux, em 1957, em Paris.
  • Em 1965, Josef Deck, Alemanha, escreve Grundlagen der Irisdiagnostik.
  • Em 1969, em tradução em inglês, Theodore Kriege, Alemanha, escreve, Fundamental Bases of Iris Diagnoses.
  • Bourdiol, R.J., publica as Bases Fundamentais do iridodiagnóstico, na França.
  • Em 1970, o Dr. V. L. Fernandiz, Espanha, escreve Irisdiagnosis.
  • Em 1972, Dr. Adrian Vander, Barcelona publica Diagnostico por el Iris.
  • Em 1976, La Dean Griffin, USA, publica Eyes – Windows of Body and soul, practitioner and teacher of iris diagnosis, herbalism and diet.
  • Em 1978, Gilbert Jausas, Espanha publica La Iridologia Renovada.
  • Em 1984, Josef Rech publica o livro Refferentation of iris nice king.
  • Em 1984 Denny Johnson, USA, publica o The eye reveals.
  • Em 1985, Dr. Victor Davidson publica em Madrid, Diagnostico por el iris.
  • Anton Markgraf, Alemanha, publica Die Genetischen Informationem in de Visuelen Diagnostik, em 1988.
  • Em 1989, Farida Sharan, publica o livro, Iridology a complete guide to the diagnosing throught the iris and related forms of treatment.
  • Em 1990, Alfredo Torti e Enzo Di Spazio publicam na Itália Il Terreno Diastésico in Iridologia.
  • Marcel Monneret, França, publica Cours International D’Iridologie.
  • Mauro Ivaldi, publica na Itália, Iridologia, l’occhio specchio della salute, em 1991.
  • Em 1993, Daniele Lo Rito, Itália, publica Il Cronorichio, nuove acquisiozine in Iridologia.
  • Flavio Gazzola publica em 1994 o livro Curso de Iridologia em Barcelona, Espanha.
  • Serge Jurasunas publica Iridologia – Um Diagnóstico Natural em Lisboa, Portugal, em 1995.
  • Albert Dardanelli Ackermann publicou Iridologia Moderna Ilustrada em Madrid, Espanha.
  • Daniele Lo Rito, publicou em 1998, o livro Cronorischio, na Italia.
  • Hauser Karl Stolz, publicou em 2000, Alemanha, Information fron Struture and Colour – Feek Institute.
  • John Andrews publicou em 2000, Immunology and Iridology – England – Ed.Corona.
  • Albert Dardanelli Ackermann publica Iridologia Moderna Ilustrada in Madri, Spain.
Nils Liliquist (esq.) e Bernard Jensen (dir.)

Este apanhado de dados seguramente deixa de refletir verdadeiramente o histórico da iridologia mundial, por isso sem duvida alguma, algum pesquisador importante de algum lugar do planeta deixou de ser citado. O autor diante desta sua limitação se redime e pede desculpas e solicita colaboração no sentido de ampliar esta relação.

A Iridologia na América Latina

A América Latina, sempre teve grandes iridologistas que na sua imensa maioria transmitiam e transmitem oralmente a sua sabedoria. No que se refere a obras escritas existe um livro publicado no Chile de autoria de Lezaeta Acharán, intitulado A Íris Revela sua Saúde. Na Argentina o Dr. Luis Cesar Guedes Arroyo, discípulo do Dr. Jensen desenvolve um trabalho importante de divulgação da Iridologia no continente.

A Iridologia no Brasil

Como na América Latina, aqui, no Brasil, sempre houve iridologistas que exerciam suas atividades no seu consultório particular. Há referências de um médico, professor de anatomia que já falava sobre o assunto aos seus alunos. Um iridologista de extremo saber, um dos pioneiros senão o primeiro iridologista do Brasil foi o professor Todorovic, que deixou o seu legado através do seu livro A Máquina Humana e o Naturalismo- aprenda como fazer a manutenção.

A Máquina Humana e o Naturalismo – Voislav Todorovic
  • Outro pioneiro que escreveu sobre o assunto foi o Dr. Márcio Bontempo, através de seu livro As Bases Fundamentais do IridoDiagnóstico, em 1981.
  • Em 1986, Battello publica artigo sobre Iridologia na Revista de Homeopatia, que é indexada internacionalmente, fato este que aumenta a sua credibilidade à nível mundial. O próprio autor escreveu em 1988, Iridologia – O que os olhos podem revelar.
Iridologia-Irisdiagnose: O que os olhos podem revelar, de Celso Battello – disponível para compra na Amazon.
  • Em 1996, com a colaboração de vários autores, Ricardo Ghellman, Regina Valverde, Jorge Meneghello, Wu Tou Kwang, Nicole Christine Wender, Célia Mara Melo Garcia, Marilise Rossato Albuquerque Coelho, Antonio Evangelista Bueno e Valter de Oliveira Filho, organizou o livro Iridologia Total a uma abordagem multidisciplinar.
  • Em 1997, juntamente com Clay Pareschi elaborou o primeiro mapa genuinamente brasileiro de Irisdiagnose.
  • Em 1991 a iridologista Dr.ª Liane Beringhs, publica o livro Vida Saudável pela Iridologia
  • Denny Johnson publica em 1992 O que o Olho Revela, em português.
  • Em 1996, Gilnei Belissimo lança o seu Mapa Nutricional em Iridologia.
  • Em 1996 foi criado o 1º Curso de Pós-Graduação em Iridologia e IrisDiagnose no Brasil e talvez um dos pioneiros do mundo, realizado pelo IBEHE, tendo como coordenador Celso Batello.
  • Em 1996, Celso Batello e Artenio Olivio Richter publicaram separadamente artigos sobre Iridologia na Revista de Oxidologia (nº4 e nº5), que é, também, indexada internacionalmente.
  • Em 1998 Celso Batello participa de Mesa Redonda falando sobre Iridologia no IX Congresso Internacional de Oxidologia e Medicina Ortomolecular, inserindo a IrisDiagnose em tão importante evento. A Dr.ª Regina Valverde em parceria com Aureo Augusto também contribui com a obra Iridologia e Florais de Bach, e posteriormente a autora, com o livro Os olhos dos Deuses, em 1998.
Livros de Regina Valverde. Os olhos dos Deuses pode ser adquirido na Amazon.
  • O Prof. Gauer, o maior iridologista brasileiro, cientista, escreveu e inovou a Iridologia com seu livro Através da Iridossomatologia em 1996.

Estas pessoas só puderam escrever suas obras graças aos ensinamentos do Prof. Gurudev Sing Khalsa, pioneiro na prática e divulgação da IrisDiagnose no Brasil, bem como do Prof. Adalton Vilhena Stracci, que particularmente iniciou o autor nesta Ciência e Arte.

No Brasil está havendo uma verdadeira explosão da Iridologia e IrisDiagnose, contudo alguns fatos históricos devem ser colocados, como o I Congresso de Iridologia e Naturopatia, realizado em Friburgo, que contou com a presença de Denny Johnson e outros nomes importantes, onde foi criada a Associação Brasileira de Iridologia e Naturopatia, que publicou a primeira revista sobre o assunto.

  • Em 1992, criou-se a Associação Médica Brasileira de Iridologia, que realizou o I Congresso Brasileiro de Iridologia, em São Bernardo do Campo, que contou com a presença do maior iridologista vivo de todos os tempos, o Dr. Bernard Jensen (1908 – 2001).
  • Em 1994, realizou-se o II Congresso Brasileiro de Iridologia e I Congresso Internacional de Iridologia, que receberam o nome de Congresso Denny Johnson, em Santo André, de onde saiu a criação da Associação Mundial de IrisDiagnose.
  • Em 1996, foi realizado em Valinhos o III Congresso Brasileiro de Iridologia e II Congresso Internacional de Iridologia, que recebeu o nome de Congresso Celso Batello.
  • Em 1998 Clodoaldo Pacheco faz curso na Itália e estabelece uma ponte de união entre ambos os países.
  • Em outubro de 1998 se realiza o IV Congresso Brasileiro de Iridologia, o Congresso Arnaldo Gauer, cujos frutos vão influenciar taxativamente a Iridologia e IrisDiagnose no Brasil e no mundo.
  • Em junho de 1998, Celso Batello faz palestra sobre Iridologia e Radicais Livres no Hospital da Clínicas, à convite da Disciplina de ginecologia da Faculdade de Medicina da USP.

Existe no país uma gama imensa de iridologistas de renome, que fazem seu trabalho de forma oral, divulgando este legado. Se este histórico acabasse aqui, se cometeria uma grande injustiça com as 3 pilares das chamadas práticas alternativas: Chawki Zaher, M. Matheus de Souza e Wu Tou Kwang.

Caso nomes eventualmente tenham sido omitidos e possam ser lembrados por outros colegas da área de estudo, solicitamos que sejam informados para que sejam citados nesse texto.

História da Medicina

A tentativa de aliviar e curar as dores e o sofrimento data dos tempos imemoriais e se confunde com a própria história da humanidade. Para se entender a Medicina é muito importante que se entenda a sua história e evolução. Convém ressaltar que inexiste a medicina adjetivada. A medicina é uma só. O que difere entre a Homeopatia e a erroneamente chamada Alopatia é a forma de tratamento: esta trata pelos contrários e aquela pelos semelhantes, como se verá mais à frente.

Segundo a mitologia grega, na Antiguidade clássica, no período heróico, vivia no Olimpo o Deus Apolo, relacionado com a Medicina. Apolo era também chamado de Alexikakos, aquele que afasta as doenças, através de suas flechas. Alexikakos, da mesma forma, curava usando a raiz da peônia, uma planta que cresce na Europa. Por esse motivo os médicos eram chamados de Filhos de Pean. Conta a lenda que Apolo e sua irmã Artemisa ensinaram a Chiron, filho de Saturno, a arte da Música e da Medicina. Chiron, por sua vez, transmitiu esses conhecimentos a Esculápio, filho de Apolo com a ninfa Coronis. Esculápio tornou-se tão bom médico e hábil cirurgião, que diminuiu o número de pessoas que morriam, provocando a ira de Plutão, deus das profundidades e do inferno, que reclamou a Zeus a morte de Esculápio, um semideus. Zeus atendeu a Plutão e fulminou Esculápio com um raio. Em homenagem a Esculápio criaram-se templos chamados Asclépias, onde os doentes depositavam as chamadas Tábuas Votivas, que relatavam o motivo de suas queixas, a duração da doença e finalmente como saravam, e que serviram de modelo de aprendizagem. Nesses templos havia um misto de filosofia e magia, e naqueles rituais de cura era hábito imolar um galo, razão pela qual esse animal passou a representar o símbolo da medicina. Nessa época dois Asclépias se sobressaíram pelas suas tábuas votivas, o de Cós e Cnido. Cós e Cnido tornaram-se verdadeiros templos de observação médica que serviram de modelo às escolas médicas atuais. Esculápio tinha duas filhas Hygea e Panacea, que alimentavam as serpentes sagradas dos templos. Hygea deu origem à Higiene e Panacea à Farmácia. Hygea era associada pelos romanos à Salus que era representada por uma taça. Daí a Farmácia ser representada por uma taça, envolvida por uma serpente. Mas foi através de Hipócrates que a Medicina perdeu seu vínculo com a Filosofia e a Teurgia tornando-se ciência e arte. O médico deve curar o doente e evitar lhe impor filosofias e crenças religiosas próprias. Hipócrates, que viveu de 460 a 373 a.C., em pleno século de Péricles, época de grandes nomes como Sófocles e Eurípedes, Aristófanes e Píndaro, Sócrates e Platão, Heródoto e Teuclides, Rhide e Polignoto, era dotado de elevado espírito de observação e conhecimento médico, que lhe possibilitou utilizar todos os dados destes pensadores, que serviram como base para os conhecimentos médicos atuais. Esta compilação recebeu o nome de Aforismas. Por esse motivo Hipócrates é chamado de o Pai da Medicina.

Com este cabedal de conhecimentos enunciou o preceito básico de cura, qual seja: “Similia similibus curantur” (os semelhantes se curam pelos semelhantes). Diferente do “Contrario contrarius curantur” (os contrários se curam pelos contrários). Se a medicina deixasse de ser algo único, englobando a Alopatia e a Homeopatia e outras técnicas terapêuticas existentes, após enunciar o princípio dos semelhantes, se reclamaria à Hipócrates como sendo o Pai da Homeopatia. A cura pelos contrários foi definida por Galeno. Por este método utilizase o “anti”, isto é, diante de uma febre administra-se um antifebril; na presença de um verme, um anti-verme (anti-helmítico); e de uma bactéria, um antibiótico (anti=contra; bio=vida) e outros. A cirurgia vem de chuirus (mãos). Portanto, a cirurgia nem é Homeopatia, nem Alopatia.

A cura pelos semelhantes foi definida por Hipócrates, quando enunciou o seguinte Aforisma: “A doença é produzida pelos semelhantes, e pelos semelhantes que a produziram… o paciente retorna à saúde“. Desse modo, o que provoca a estranguria que inexiste, cura a estranguria que existe. A tosse, como a estranguria, é causada e curada pelo mesmo agente. Dando um exemplo prático, Hipócrates cita um caso de cura de cólera com Veratrum album, que produz, no homem sadio, violenta gastroenterite com tendência à algidez, semelhante ao ataque colérico. Há os que acham que Hipócrates sequer existiu, entretanto, existem provas de que ele nasceu em Cós no ano de 460 d.C. e faleceu em 337 a.C.. Dizem alguns que os Aforismas e Prognósticos foram escritos através de várias gerações de médicos, entretanto contra esta hipótese está a maior parte dos escritores modernos que vêem nesta obra uma unidade e uma uniformidade que só pode ser atribuída a um único homem! Hipócrates descendia de Esculápio, por linhagem paterna, e de Hércules, pelos antepassados da mãe. Entre os seus ancestrais contavam alguns reis e três célebres médicos, quais sejam Pródico de Cós, Hipócrates primeiro e seu pai Heráclito, que lhe ensinou as primeiras noções científicas. Era, portanto, filho de Heráclito e Fenavita ou Praxitea, da família dos Asclepíades, que vinham exercendo a Medicina por dezoito gerações. Hipócrates era, sem dúvida alguma, um sábio, como Sócrates e outros.

Considerações etmológicas

Para melhorar a compreensão do significado das palavras, bem como do seu conceito, se reportará a algumas definições sobre o que seja a Homeopatia, a Alopatia e a Enantiopatia, expressas no livro: “A Teoria e a Técnica da Homeopatia”, do Dr. Henry Duprat.

A Enantiopatia (enanthios=contrários; pathos=sofrimento), consiste em dar ao paciente a substância capaz de determinar um estado contrário ao distúrbio que constitui a própria doença.

  • Exemplo químico: emprego de um alcalino contra perturbações produzidas por um meio estomacal hiperácido.
  • Exemplo físico: injeção de água fisiologicamente salgada, para fazer subir a pressão arterial, que uma hemorragia profusa fez baixar exageradamente.
  • Exemplo farmacodinâmico: emprego do ópio contra a insônia, pois o ópio provoca, no homem são, um sono artificial.

A opoterapia pode ser considerada um processo enantiopático, quando faz o enfermo absorver o órgão animal correspondente ao que nele é diferente ou foi suprido. A transfusão de sangue pertence também à enantiopatia, posto que substitui, parcialmente, o sangue viciado, biologicamente falando negativo, por outro sadio positivo, ou então, compensa, quantitativamente, uma perda hemorrágica. Dessa terapêutica enantiopática, fazem parte alguns processos que se denomina de terapêutica higiênica, porque desempenham no momento exato do ato patológico, o que a higiene realiza com o objetivo de prevenir tal ato, isto é, lutam contra a causa mórbida. É a parte mais lógica, talvez a mais completa e mais prática da Enantiopatia. Exemplos: anti-sepsia interna para a destruição dos agentes microbianos em atividade patogênica no corpo. Purgação e Sangria, esta eliminando as substâncias tóxicas de que o sangue se acha carregado (uremia), aquela provocando a expulsão do bolo alimentar quantitativamente e qualitativamente nocivo.

A Homeopatia (homoios=semelhantes; pathos=sofrimento), é o oposto do processo enantiopático. Consiste em dar ao doente uma substância medicamentosa capaz de produzir, no organismo sadio, um estado semelhante ao da doença que se quer curar. Esta terapêutica funciona do ponto de vista físico e, principalmente, farmacodinâmico.

  • Exemplo físico: bebidas quentes em caso de queimaduras de mucosa estomacal.
  • Exemplos farmacodinâmicos: ópio administrado contra um estado de sonolência doentia comatosa, Ipeca prescrita contra vômitos porque os provoca no homem sadio.

A Homeopatia se relaciona à Isopatia (isos=idênticos; pathos=sofrimento), que se vale de uma semelhança mais perfeita levada até a identidade (vírus mórbidos, secreções e excreções mórbidas, produtos microbianos, proteínas e alérgenos diversos), contra as enfermidades causadas por esses mesmos vírus micróbios e proteínas. Na escola oficial, o método é praticado e tem nomes de vacinoterapia, proteinoterapia etc.

A Alopatia (allos=diferente; pathos=sofrimento), emprega um medicamento que visa produzir um estado diferente daquele que constitui o estado mórbido. É ela que introduz o sistema de derivação. Exemplo: a purgação no caso de congestão cerebral a fim de desviar para a mucosa intestinal o fluxo sangüíneo que aflige o cérebro, o abscesso de fixação, que, por meio de introdução de um corpo estranho num tecido vegetativamente inútil (os músculos da coxa) se destina a fixar naquele ponto o esforço microbiano que perigosamente se desenvolve num órgão importante.

Essas foram as três formas terapêuticas universalmente utilizadas no tempo e no espaço. Logicamente que hodiernamente existem métodos mais modernos e adequados para se realizar tais técnicas terapêuticas. O que se expôs foi tão somente os princípios que as regem. É, portanto, a Enantiopatia que representa o oposto da Homeopatia. O uso, porém, consagrou a substituição do termo enantiopatia pelo de alopatia, que designa e reúne todos os processos de ação contrária e de derivação utilizados na medicina oficial. E para evitar prejudicar a clareza, contrariando velhos hábitos de linguagem, se continuará a empregar, neste trabalho, a palavra alopatia, em seu sentido corrente.

Como já se salientou, a cirurgia deriva da palavra chiro (mãos), sendo, a rigor, nem Homeopatia nem Alopatia, trata-se de procedimentos manuais para fins terapêuticos. A clínica cirúrgica visa estudar as mudanças fisiológicas ocorridas antes, durante e após a cirurgia, e o modo de se corrigir estas alterações, no sentido de se beneficiar os pacientes. A Homeopatia é a favor da cirurgia. Quem pode se opor a uma cirurgia de apendicite aguda (apendicectomia), a uma cesariana, a um cálculo de vesícula (colecistopatia crônica calculosa), a uma correção ortopédica? O próprio Hahnemann, no seu “Organon da Arte de Curar”, diz: “o que é cirúrgico deve ser resolvido com cirurgia”. Neste ponto é que entra o médico da família para orientar o paciente sobre todos estes aspectos. E parece que a Homeopatia, que vê o indivíduo como um todo – holisticamente -, está reabilitando este profissional médico que, embora nem um pouco infalível, serve de fulcro entre ambas as partes, sabendo dar o peso exato à questão, seguindo o princípio de Hipócrates – “Primum non nocerum”, isto é, primeiro não fazer mal ou primeiro não lesar. Existia, no entender de Hahnemann, um outro método de cura que foi chamado Isopatia, ou seja, “o idêntico é curado pelo idêntico”. É a própria causa mórbida que cura a enfermidade que ela produz”.

Texto pendente de reconhecimento de autoria.


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